Táxi! Camarada! Parceiro! Chefia! Amigo! Amarelinho, Alow, Opa, Mermão, Fiiiuuu (assobio)!
Mais cariocas do que essas expressões ao solicitar uma corrida de táxi, só os tradicionais carros amarelos.
Eles preenchem a cidade do Rio de Janeiro, de Santa Cruz à Ilha do Governador, e não importa o destino, os amarelinhos, como são chamados, estão por toda parte.
Tradicional, este ofício tomou a forma que conhecemos hoje ainda no século XX, com os carros de praça, que se transformaram ao longo dos anos para atenderem com eficiência e conforto às necessidades dos passageiros e assim, tornaram-se fundamentais à vida urbana.
O táxi faz parte da rotina da cidade. A simplicidade para chamar e identificar um carro faz deste um serviço democrático, rápido, seguro, prático e confortável.
Recepcionar turistas e apresentar o Rio a quem chega é uma das tarefas que os taxistas agregam para deixar a primeira impressão da cidade ainda melhor. A comunicação surge naturalmente, com o bom humor e o jeito descontraído do condutor.
Simpatia, paciência e gentileza fazem do taxista uma figura amigável, que transmite confiança. Não raro, passageiros e motorista tornam-se amigos, comentaristas de futebol e cronistas de política, tudo ao melhor estilo carioca de ser.
O Táxi.Rio é da família… do turista, do executivo, da melhor idade e de todo mundo que é abençoado por esta cidade maravilhosa.
Paulo Roberto Telles
O Paulinho do 026 enxergou no táxi uma nova profissão ao passar por um momento de instabilidade no antigo emprego. Desde então, dos 50 anos de idade, lá se vão 24 de quilômetros rodados com dedicação integral à atividade, levando passageiros para todos os cantos da Cidade Maravilhosa.
A autonomia proporcionada pelo táxi traz com ela histórias, responsabilidades e muitos aprendizados, entre eles, conhecer bem a cidade, ser paciente, fazer um bom atendimento ao passageiro e administrar da melhor forma o tempo e o dinheiro.
Dona Margo
Vaidosa, de cabelos grisalhos e um sorriso carinhoso. Margarete Rocha, aposentada de 65 anos trabalha dirigindo o táxi há 20 anos e circula pela cidade de batom rosa e muito bom humor.
A “Romântica do Táxi”, como se autointitula, iniciou no amarelinho como auxiliar e, em 2002, adquiriu sua autonomia. A ideia de dirigir um táxi surgiu com o objetivo de ocupar o tempo livre, mas, para Margo, muito além de uma terapia, dirigir pelas ruas do Rio tornou-se uma profissão. Viúva, ela conciliava a vida entre os filhos e o táxi.
Margo garante que é boa de roda e que conhece todos os cantos da cidade. O carisma e a paciência sempre foram seus aliados e com doçura conquistou seu espaço e a preferência dos passageiros.
Patrimônio da Cidade
Tradicionalmente nas cores amarela e azul há mais de 20 anos, os táxis compõem o visual do Rio de Janeiro, integrando os cartões postais da cidade e sendo reconhecidos como símbolos tipicamente cariocas.
Inspirados pelo “Yellow Cab” americano, os veículos de transporte individual do Rio foram apelidados carinhosamente de “Amarelinhos”, demonstrando a relação afetiva e o valor imaterial dos táxis para os cariocas.
Neste sentido, 29 de maio de 2017 é uma data a ser lembrada: marca o dia de edição do decreto que reconheceu o serviço de táxi comum, amarelo e azul, como patrimônio cultural da cidade.